Tô pra te dizer que esse é, tipo, o melhor livro da série.
E não, eu não estou exagerando. (provavelmente contém spoilers).
Quando eu terminei de ler A Marca de Atena, o sentimento foi: "Vai ser difícil ele se superar, hein?". Afinal, eles atravessaram o Oceano, sete semideuses e um sátiro cujo vocabulário se resume a "MORRAM!", com o prazo apertado rumando para as terras que deixam os monstros mais poderosos. Na minha visão, foi o ponto alto das histórias do semideus Percy.
Agora, depois de ter lido A Casa de Hades, minha opinião mudou completamente. Esse é o ponto alto dos livros de Percy Jackson. Mas eu não deixo nada em definitivo, por que uma coisa que o Rick Riordan é estupendamente estupendo é concluir histórias. Tanto em "O Último Olimpiano" quanto em "A Sombra da Serpente" ele nos deu finais ótimos e de tirar o fôlego. Não vai ser surpresa se "O Sangue do Olimpo" for de arrancar a tampa da caixola.
NOTA: no começo eu achei que o título "O Sangue do Olimpo" fosse meio estranho e um tanto tosco (pelo menos em português, em inglês fica mais legalzinho). Mas aí eu tava lendo CDH quando o título fez sentido, e eu fiquei tipo HOLY MOTHERFUCKER. Perdoe o palavão.
Por que esse livro é tão bom assim? Bom, por dezenas de motivos. A formula de escrever do Tio Rick é bem conhecida, mas não deixa a desejar. Prazos apertados e monstros invencíveis que, quando você tá lendo, você se esquece que é um livro e que tiveram outros livros que seguem essa cartilha. Quando você menos percebe já são 2h da manhã e você quer ler apenas o próximo capítulo pra saber como as coisas vão acontecer (sim, isso aconteceu comigo).
Percabeth. Ah meus deuses, Percabeth. Confesso que estava super ansioso por esse livro por causa do final de A Marca de Atena. E o Rick não nos deixou na mão. Todos os momentos no Tártaro foram de apertar o coração, sem sabermos se eles iam sobreviver ao próximo monstro. Sério, nunca senti tanto a dor de um personagem de livro quanto quando o Percy estava lutando contra as arai. Cada vez que ele abatia uma, BUM, uma dor que ele infringiu a um monstro.
Mas além dos perigos de morte, as cenas no Tártaro só confirmaram aquilo que eu venho dizendo a anos: Percy e Annabeth são o melhor casal da ficção, ever. O ar venenoso do Tártaro, os milhares de monstros, a desolação da missão completamente impossível - achar as Portas da Morte, atravessar uma legião de monstros que protegem as Portas e e finalmente lacrá-las - e a única coisa que os mantém sãos ali é simplesmente a presença um do outro, o amor que eles sentem. Suor viril desceu de meus olhos toda vez que eles apertavam as mãos e sentiam as forças renovadas apenas pelo contato físico.
Outro casal que mexeu com meu emocional foi Caleo. Sim, Calipso e Leo. Quando Leo estava caindo do céu e ele viu apenas uma ilha numa vastidão de oceano, eu pensei: "SEM CHANCE! CALIPSO? ELA MESMO? NÃO ACREDITO!". Era como ver milhões de fanarts ganhando vida oficialmente. E o relacionamento dos dois, primeiro o ódio se transformando em amor foi... lindo. É essa a palavra. O fato de que o Leo ter que ficar preso na ilha até a Calipso se apaixonar por ele... sem palavras. E o Leo jurando pelo Estige que voltaria para tirá-la de lá... Oh, Rick, por que fazes isso?
Além de Calipso, o livro teve vários outros personagens da primeira saga, Percy Jackson e os Olimpianos. A empousa, o titã Bob (ah, Bob, por que??), o gatinho dentes-de-sabre... E mais algumas referências diretas aos primeiros cinco livros. Era um sorriso a cada referência.
Falando em Bob, ele foi a salvação e a destruição de Percy. A destruição por que Percy viu que ele era apenas mais um semideus que usa o que tem às mãos e nem pensa nisso depois (bem como Dionísio havia dito). Ele se pergunta se merecia tanta ajuda que recebeu de Bob, e até eu não consegui me segurar de repreender mentalmente o Percy por ter abandonado o Bob no palácio de Hades.
Sobre a polêmica do Nico, eu respeito a decisão do Rick Riordan. Quem discorda vive num mundo paralelo em que todos os habitantes vivem numa "utopia" que todos são "certos". Desculpe meu chapa, mas a vida tem mais do que duas cores. (Aliás, achei que foi uma trollagem master do Rick, afinal 50% do fandom feminino adora o Nico ashuaushauhusahsa).
Piper e Frank puderam crescer nesse livro (apesar da Piper ainda ser apenas um peso morto. Sinceramente espero que ela tenha um papel importantíssimo no próximo livro, por que ela era bem legal no primeiro). Piper finalmente criou vergonha na cara e aprendeu a lutar com espadas. E Frank... Frank deixou de ser desajeitado e apenas o "veículo de transporte" de todo mundo. Sério, a parte que ele lidera os soldados mortos como o filho de Marte que ele é foi um divisor de águas para ele.
Hazel. Sempre gostei dela, mas de um tipo "não desgosto, mas também não é minha preferida". Ela é de outra época. É mais sofisticada para a idade, uma alma velha num corpo jovem. E ela encanta por isso. Nesse livro ela, apesar de não aparecer tanto, se destaca por sua nova habilidade, ainda mais quando leva o seu pai a agir "malandramente".
E Jason. Eu respeito mais ele depois desse livro. Confesso que ele tava meio chatinho no primeiro. E em A Marca de Atena ele tava... ainda não tinha me cativado de vez (apesar de ser até que encantador ele consertar as portas do estábulo cantarolando). Mas agora ele tá agindo como o líder que esperam dele, sendo filho de Júpiter e todo aquele blá blá blá. O apoio que deu ao Nico, a montanha de segredos que ele nota em seus amigos e compreende, não julga e ainda ajuda a disfarçar (como quando ele viu que Leo tinha passado por um momento heartbreaker e desviou a atenção do grupo). Esse Jason eu respeito e voto como líder. Sem contar que ele prefere o Acampamento Meio-Sangue ♥.
O humor, como sempre, está presente de forma bem sarcástica. Leo e Percy são os autores da maioria dos momentos engraçados, e eu confesso que tive que parar de ler, fechar o livro e dar boas risadas com o trecho: "Ele imaginou as Parcas no Olimpo rindo de sua ingenuidade: LOL, seu noob!".
Bem, acho que não tem muito mais do que falar sem entregar mais da trama (eu sei, sou uma negação em escrever essas coisas por que eu não faço um trabalho profissional). Eu não achei que o "confronto" com o Tártaro foi fácil demais. Por que eles não lutaram contra ele, nem foi dito que ele foi derrotado. Bob, Bob Pequeno e Damásen apenas o distraíram para que Percy e Annabeth pudessem escapar. E esse encontro apenas deixou uma pulga atrás da orelha do Percy e de todo o fandom: como se derrota algo tão vasto como a Terra?
A Profecia dos Sete está tão incógnita quanto no dia que foi recitada, no livro "O Último Olimpiano". Em tempestade ou fogo, o mundo terá acabado: como o mundo vai acabar? Quem vai desencadear isso? Um juramento deve manter um último suspiro: que juramento? Várias promessas foram feitas nesses quatro livros, qual deles será o juramento mortal? E, afinal, as Portas da Morte teve o seu uso já ocorrido neste livro?
Para finalizar essa "Review" só tenho a dizer que esse livro tem lugar de honra no meu coração. Apesar das situações matadoras, Rick está tirando apenas o melhor de seus personagens. "Jason é um líder? Vamos torná-lo o melhor líder de todos", "Leo é carente? Vamos lhe dar o maior amor de sua vida".
Leo dando um jeito definitivo para a maior fraqueza de seu amigo, mesmo estando preso numa ilha inacessível, Jason dando um abraço de urso em Percy -
— Muito simpática — resmungou Percy.
Os outros olharam para ele e Annabeth como se tivessem acabado de perceber que estavam ali.
— Cara.
Jason deu um abraço de urso em Percy.
— De volta do Tártaro! — gritou Leo. — Esse é meu chapa!
Piper abraçou Annabeth e chorou.
- e Bob, ah Bob!, dando uma de Zoe e pedindo, como último desejo, que Percy desse um oi às estrelas. Mais suor viril escorrendo dos meus olhos.
Bem, pelo menos tenho um ano para me recompor e repor as lágrimas... quer dizer, suor viril... repor o suor viril até o último - e com certeza de partir o coração - livro. Como disse alguém na internet (não lembro o nome da pessoa nem do blog), esse final sem suspense não foi "ruim" - como dizem algumas opniões - por que é a "calmaria antes da tempestade". Temos o trecho mais perigoso da missão (a própria Gaia), talvez as Parcas estejam dando um descanso para os nossos heróis.
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