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sexta-feira, junho 07, 2013

Medo, a gente vê por aqui


Sabe, ser humano tem a incrível habilidade de fazer aquilo do qual foi terminantemente proibido. Se tiver uma plaquinha "não leia", o ser humano vai lá e lê. "Não corra", ele vai lá e corre. (O que isso tem a ver com o título do post vai ser definido mais pra frente). 



Vou confessar aqui e agora que eu tenho medo do escuro. Sabe aquela sensação de que, quando você vira as costas para o negrume, tem alguma coisa se esgueirando por trás de você, rindo maleficamente e com os olhos brilhando em vermelho? Então, eu tenho essa sensação toda a santa vez que me vejo envolto pela escuridão. 

Um dia desses eu escutei um gato miar do lado de fora da janela. Eu, pensando em surpreendê-lo e talvez até fazer um cafunezinho, abri a janela, pronto para olhar ele nos olhos e dizer "pare de miar" quando tudo fica absolutamente silencioso. Sem barulho de vento, sem brulho de gato, nada. Aquela escuridão penetrante, chegando a, em certos lugares, uma pessoa poder se esconder e não ser vista.

Sim, exatamente isso. Fechei a janela na hora, sentindo como se estivesse sendo observado. Passei os seguintes cinco minutos com o coração batendo acelerado. Foi terrível. 

Ainda costumo a correr pela casa de madrugada, quando só tenho a luz do corredor iluminando a casa para eu me sentir seguro. 

Mas não é só isso. Eu, momento confessionário de novo, também fico facilmente impressionado por histórias de terror, vulgo creepypasta. E, mesmo sabendo que vou ficar impressionado, eu vou lá e leio. (é aqui que se encaixa o começo desse post)

Uns dias atrás eu comecei a ler algumas creepypastas. E desde então, toda noite, antes de dormir, me bate um desespero. Um desespero de como se tivesse algo dentro do espelho me olhando. Ou como se tivesse um psicopata debaixo da minha cama pronto para mexer no meu braço que fica fora da cama tem uma creepypasta sobre uma menina que estava sozinha em casa e tinha um cachorro e durante a noite ela acordou com barulho de goteira, e toda vez ela levava a mão ao cachorro e recebia uma lambinha. Na terceira vez ela decidiu ir ver a causa da goteira e viu o próprio cachorro degolado e escrito no espelho com sangue a frase "humanos também saber lamber" e coisas do tipo. A pior sensação é aquela de que tem alguém atrás de você te olhando. Ou a de que, se você olhar para o espelho agora, ele vai te encarar e dar um sorriso maléfico. 

Eu fico impressionado com isso tudo, mas lá vou eu ler mais alguma creepypasta. "Isso não vai me fazer mal algum" eu digo pra mim mesmo. Na mesma noite eu cubro a cabeça com cobertor para evitar que eu olhe para a fresta da porta e veja um vulto passando por ela. (Sou da seguinte opinião: mesmo que EXISTAM assombrações, eu prefiro achar que elas não existam do que ver uma e passar o resto da vida paranóico). 

Sim, por que provavelmente isso é só uma fase (não o medo de escuro, isso é eterno, mas a paranóia pré sono). Eu não tinha isso antes de ler várias creepypastas. E olha que eu vi "Despertar" e "Mulher de Preto" e nem tive problemas pra dormir. Logo eu vou para cama e nem vai dar tempo de lembrar que tenho medo. 

Teve um tempo que eu passei um ano ou mais tendo pesadelos, toda santa noite. Era eu dormir, pronto: acontecia um pesadelo. Uns se repetiam mais do que outros (tinha um em que eu e minha melhor amiga ficavámos no quinto andar de um beco escuro, segurando uma rede, esperando dois outros amigos nossos passarem correndo de um monstro e eu e ela devíamos soltar a rede em cima dele. Não me lembro nada além desse ponto) mas acabou passando. Me lembro que eu gostava da sensação de acordar de um pesadelo. Aquela fina camada de suor frio, o coração batendo acelerado e a sastifação de descobrir que era tudo um sonho. Acho que o que eu mais gostava era o fato de que eu, nos pesadelos, podia viver aventuras grandiosas (mesmo que assustadoras) e ser alguém especial.

De vez em quando eu tenho versões mais amenas desses pesadelos. Aventuras épicas em que sou o protagonista herói em que o desfecho de tudo repousa sobre os meus ombros. Aventuras que transformam os sonhos melhores do que a realidade. Mas isso fica pra outro post. 

Por enquanto, eu continuo correndo no corredor da casa, à meia-noite, somente com a luz do corredor acesa, sentindo na nuca como se estivesse sendo observado por uma entidade de olhos vermelhos brilhantes e com uma risada maléfica.

Boa noite.

E não olhe para trás.

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