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segunda-feira, março 12, 2012

Historinha marota


Episódio 4 – O fim do namoro.

Vamos ao resumo: o clima entre Helena e Guilherme melhorou um pouco, mas não muito. Lívia percebeu essa mudança, mas achou melhor não entrar em detalhes. O fim do dia foi bom, e as duas voltaram para casa um pouco depois do cair da noite, quando ainda estava em tempo de chegar a casa delas sem que ficasse muito tarde. Tudo continuou normal na vida deles por quase um mês.
Nesse meio tempo, Guilherme pediu, para variar, conselhos a Fábio. O amigo concordou com a atitude tomada, que ele não deveria jogar o relacionamento pro ar só por uma aventura que talvez não vingasse. E que também Helena superaria aquilo mais dia, menos dia. O Guilherme mesmo havia superado. A vida seguia.
Num dia, ao fim desse mês, quando eles se encontraram para ir ao cinema, Lívia pediu para falar com ele, parecendo meio aflita. Os dois se sentaram numa mesa da praça de alimentação e ela começou:
- Gui, acho que temos que terminar.
Guilherme ficou sem ação por um tempo.
- Como?
- Sinto que não vai dar mais.
- Fui eu? Eu fiz algo de errado? Ou deixei de fazer?
- Não, você fez tudo certo. Você não é o problema. Ultimamente eu tenho percebido que você e a Helena têm estado estranhos, e ontem eu perguntei pra ela qual era o problema. E ela disse para mim que estava gostando de você. – ela terminou a frase com um fraquejo de voz. Não estava nada bem.
Ele ficou confuso.
- E por que a gente tem que terminar? – seu tom de desespero foi difícil de ser contido. Não queria o fim daquela relação. Era a primeira vez que alguma garota se interessara por ele. E perder isso seria muito doloroso.
- Eu sei que você gostava dela antes de ficar comigo. Você quis que isso acontecesse a um bom tempo. Eu não quero te impedir de ter isso. Sei que você não quer me magoar, mas, de boas, eu não vou me magoar.
Guilherme pegou as mãos dela.
- Eu não quero mais ela, eu a superei. É você que eu estou namorando. Você quis me namorar. Ela virou passado.
Lívia puxou as mãos, as livrando das de Guilherme.
- Mas isso a está machucando. Ela está muito infeliz com isso.
- Eu me machuquei. Eu fiquei infeliz. Mas ela não voltou atrás. Sabia que eu superaria. Que continuaria em frente. Ela também tem que fazer isso.
Lívia se levantou.
- Eu não posso fazer isso com ela...
- Mas vai fazer com você mesma?
- Se eu continuar com você vai forçar ela a continuar te vendo...
Guilherme se levantou.
- E por causa disso vai privar a você mesma de ser feliz?
- Você não entende... – ela parou um pouco para pensar – eu... eu tô ficando com o Fábio. Não quero mais você – e saiu antes que ele a visse chorando. Sem sucesso.
Guilherme se sentou de volta na cadeira, com uma sensação estranha na barriga. Ele sabia que aquela era uma mentira, e muito mal feita por sinal. Fábio namorava a mais de três anos a mesma garota (que até virara amiga dele no Facebook) e era extremamente fiel, apesar de fazer e falar coisas safadas. Ele jamais trairia a namorada. E, para esperanças de Guilherme, ele esperava que, se Fábio fizesse isso, não faria com a Lívia, por consideração à amizade deles.
Ela mentira para tentar fazê-lo ficar com raiva dela. Mas era difícil quando ele sabia da verdade. Ele não entendia por que ela fizera aquilo. Não podia ser só para a felicidade da prima. Não podia. Por que então ela fez isso?
Guilherme tirou o celular do bolso e discou o número do celular da Natacha. Natacha era uma grande amiga que ele fizera, e era uma das três irmãs de consideração que ele tinha. O quarto irmão de consideração era o próprio Fábio.
Ela não atendeu na primeira tentativa, e apenas na terceira ela respondeu:
- Alô? – ela respondeu, pouco a vontade no telefone.
- Alô, Natacha? É o Guilherme.
- Ah, oi Guilherme.
- Você está ocupada agora?
- Não, por quê?
- Onde você está?
- Tô na casa do meu namorado, mas já, já estou indo pra casa.
- Você pode passar aqui no shopping?
- ... – ela demorou um pouco, provavelmente pensando – Posso.
- Estarei te esperando na frente do cinema.
- Tá okay. Até mais.
- Até.

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