Bons eram os tempos em que para achar o amor da sua vida bastava apenas bater na cabeça dela.
Nesta época de ouro do relacionamento, o amor possuía apenas uma regra universal: ter filhos. Nada de aturar a mesma pessoa por anos a fio (levando em conta que o homem das cavernas vivia pouco menos de 30 anos). O que era importante era ter filhos para manter a espécie. (Mal sabiam eles que nós chegaríamos aos 7 bilhões... muhahahahaha).
[Quem viu “Guerra do Fogo” sabe do que eu estou falando.]
Não era necessário cortejo, nem flores, nem frutas bonitas, muito menos “Hugh Guhg” (Tradução: “Eu te amo”). Não. Naquele tempo, isso de se declarar era para os fracos.
Porém, tornamo-nos sedentários, criamos rebanhos e começamos a ficar com um parceiro(a) fixo. Como nosso cérebro era primitivo, não tínhamos ideia da enrascada em que nos metemos.
Pouco a pouco, as mulheres se tornaram mais valorizadas. O homem primitivo passou a pensar bem no assunto, cogitando, sabiamente, que se ia passar o resto de sua “longa” vida com uma pessoa, que pelo menos essa pessoa me agrade, não é?
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Com essa é que não vai ser |
Escolhemos as que nos agrada, e assim foi sendo por um bom tempo.
Num lindo dia de verão, sob o sol da tarde, uma mente extremamente inteligente, e capacitada, movido sob uma força sobrenatural, utilizou sua influência no mundo e disseminou uma ideia de que devíamos transformar o lindo laço que as pessoas criam entre si em uma algema cuja chave seria engolida por carrasco vestido de branco e que possuiria um símbolo que futuramente adornaria sua cova: uma cruz. Assim surgiu o Casamento.
A vida ia perfeita sem ele. Não se era necessário ter ele para se saber que Fulano e Ciclana estavam unidos e felizes da vida. Mas ele surgiu, vendo pelo melhor ângulo possível, para se mostrar como uma prova de amor dele para ela. Por que só amando é que se gasta a fortuna exigida para tal ritual em que vossa alma é vendida para todo o sempre (sorte nossa que grandes iniciados da Arte Oculta Relacionada às Almas Mortais conseguiram desenvolver um contra-encantamento quebra-contratos: o Divórcio.)
Depois, alguém muito mais inteligente, decidiu que seus filhos não sabiam escolher certo, por que eram lezos demais. Os casamentos passaram a ser decididos pelos pais, que faziam acordos entre si – e eles eram os únicos a sair ganhando com isso.
Apesar do casal se sentir injustiçado e odiarem tal fato, anos depois eles cometiam essa atrocidade com os seus filhos. Vai entender.
Nessa época o casal se conhecia apenas no dia do casamento, não havendo cortejos, flores, doces e sonetos nas janelas da pessoa amada (deve ser por que eles eram para alguém que a pessoa realmente amava.)
Saltando um pouco no tempo, certa liberdade foi dada aos jovens, que agora sim cortejavam as "donzelas", traziam flores, chocolates e diziam "Eu te amo, flor do meu jardim. Cujo olhar...".
No Brasil, garotos e garotas da roça se juntavam aos 16 e aos 18 já tinham uma fazendinha e 3 filhos, dos 10 que mais para frente teriam. Mas, para isso, o garoto dava para o futuro sogro algumas cabeças de gado e mais alguns presentes.
- Mas, senhor, eu já lhe ofereci 15 bois e 10 vacas, mais uma ferramenta de arado e seis candelabros de ótima qualidade...
- Minha filha merece do bom e do melhor, Josisnei. O senhor precisa entender isso.
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Trollando inocentes garotos da roça, problem? |
Anos depois,as mulheres ganharam opção de escolha. E foi aí que começou nosso Inferno.
A partir de agora, a mulher só ficava com quem lhe agradava, e se ela era forçada a se juntar a alguém que não gostava, os homens sabiam como ela podia transformar a vida dele bem ruim.
Os homens começaram a trabalhar na base do cada-um-por-si. Amigos de infância se tornavam inimigos por causa de uma garota. Na conquista, eram cortejos, flores, bailes e "Eu te amo, docinho".
Os bailes se tornaram baladas. A convivência Homem e Mulher se equilibrou, e as regras do relacionamento precisaram da 13º Edição, com mais de 2.000 Artigos e subdivisões, sendo que só a primeira centena se é sabida pelas pessoas. [Fato de que as mulheres escreveram o que... Uns 95% delas?] E elas ainda querem que nós ADIVINHAMOS tais regras. O básico, é claro, é levar para sair [nada de lugares podres], cinema todo final de semana, doces e "Eu te amo, mina."
- Se você me ama, chuchuzinho, põe isso no Twitter. E não esqueça de atualizar o seu perfil no Facebook.
- Tá lindeza, quer também uma frase bonita no msn?
- Pode ser.
E, já que tudo mudou, a relação não depende mais de nós, homens. Um casal só é formado se ela achar que ele tem dinheiro suficiente quiser. E não adianta bater nela com um porrete e arrastar pelo cabelo.
Se, uma vez, nós escolhíamos as ajeitadinhas, agora são elas que escolhem os melhores e dispensa o resto. Neguinho agora tem que suar a camisa se quiser ter alguém que lhe afague o couro cabeludo de noite depois de um dia exaustivo. No caminho da realização social (lê-se Casamento) elas não se importam na quantidade absurda de corações despedaçados no caminho.
Mas enfim...
Se é necessário uma insistência formidável para conseguir convencer alguém que você merece ser ouvido [talvez elas se acostumaram com o fato que beleza repele inteligência, e então se você consegue se articular numa frase... negativo], e então, por puro prazer, elas nos dão corda para logo depois nos enforcar.
Para as más línguas, eu não estou fazendo este post por motivos pessoais, ok?
Flores já não funcionam mais. Chocolates, nem pensar. Sair, só se for para lugares bacanas. "Eu te amo" já não cola. O jeito é esperar que você agrade alguém que também te agrade. Senão...
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Será que dá para apagar a luz, muié? |
" - Ser correspondido no amor é um evento tão raro que cientistas crêem que os relatos desse acontecimento, indicado em pedras Maias, eram apenas mitos, na mesma categoria de Zeus, Hórus, Thor e o Acre. Hoje, no Globo Repórter, os grandes mitos das grandes civilizações"
Não se pode dizer que eu não tenho fé.
Terminando esse post motivacional, tenho mais uma coisa para comentar: se tu gosta de alguém, evite enrolar demais. Essa pessoa não ficará esperando sentada até você se declarar (se for uma mulher, muito menos).