Aqui estou eu, depois de quase um ano, de volta a esse blog.
E tá tudo diferente.
Nesse período comecei a faculdade, fui despedido, fui a festas, fui empregado de novo, li livros, vi séries...
Fiz muita coisa que dariam ótimos posts.
Mas por um bom tempo até que tinha esquecido do blog. E de como me sentia escrevendo nele.
Pois bem, aqui estou de volta, não sei com qual frequência, não sei por quanto tempo.
Mas vamos indo.
Para me "desculpar" por essa ausência, aqui está um conto escrito para uma de minhas aulas.
Na Festa
A
mensagem de texto chegou ao mesmo tempo em que eu ouvi a buzina.
“vai
pra porta q to te esperando”. Ouço a buzina mais uma vez. “nao to te vendo”.
Suspiro.
Não que eu não soubesse que meu amigo vinha, mas tinha esperanças que isso não
fosse acontecer. Não me leve a mal. Gosto dele, de verdade. Só não gosto de
sair da rotina.
Só
para esclarecer, eu sou muito apegado a rotinas. Elas me fazem bem. Saber o que
vai acontecer no dia, qual vai ser o meu destino nas próximas horas, me dá uma
sensação muito agradável. Meu dia é todo esquematizado em minha cabeça,
incluindo aqueles que não deveriam ser, e qualquer coisa que fuja do que eu
programei pode (e vai) me desestabilizar profundamente.
Ninguém
sabe sobre isso. Não contei para ninguém pelos motivos de: 1-) não quero ter
uma discussão sobre esse traço da minha personalidade e 2-) gosto de acreditar
que sou a pessoa que todo mundo acha que eu sou. Eu sei, não há orgulho algum
nisso, mas eu sou assim.
Desde
que contei a Fábio que hoje seria meu dia de folga, ele insistiu para a gente
sair para “espairecer”. Nem meus protestos que teríamos aula de noite (sim,
minha folga foi cair numa sexta) o fizeram mudar de idéia. E aqui estava ele.
“nem
vem. nao vai dar. nao me programei pra isso. e temos aula a noite” respondi para
ele, mas mesmo assim fui ao meu quarto pra me trocar. Apesar de ser muito
ligado à minha rotina, eu realmente quero mudar esse hábito. E se eu quero
mudar tenho que mexer a minha... hã... fazer alguma coisa a respeito.
A
resposta vem no minuto seguinte. “deixa disso. vc precisa sair um pouco. vc nao
vai morrer por sair um dia e faltar na facul”. Mal termino de ler a mensagem
chega outra “e vc nao vai se arrepender de ir na festa”.
Mordo
meu lábio inferior, em dúvida. Com um “que se dane” tomo minha decisão.
-
Você demora demais – Fábio grita para mim enquanto tranco a porta. Ele está
apoiado ao carro com o celular na mão.
-
Você não ia querer sair comigo vestido de pijama – respondo no mesmo tom.
-
Só que você já devia estar pronto, eu te avisei ontem que vinha te buscar ao
meio-dia – ele se desencostou do carro, começando a dar a volta para a entrada
do motorista.
Agora
que Fábio estava de pé, a diferença de tamanho entre nós ficou evidente. Eu
sempre fico desconfortável em ter que olhar para cima para olhar ele nos olhos.
Céus, eu fico desconfortável com tudo.
-
E eu te disse ontem que não ia sair – protestei em vão – não sei por que você sempre
insiste em fazer isso.
-
Por que você sempre acaba fazendo o que eu quero – ele retrucou com um
sorrisinho.
-
Não faço não – tentei por o máximo de dignidade possível na minha voz.
-
Você não está mais dentro de casa, está?
Touché.
Quando
a minha resposta não vem, o sorriso dele se abre ainda mais. Abro a porta do
carona e me escondo dentro do carro. Mesmo com o som abafado, ainda dá para
ouvir ele gargalhando do lado de fora. Uns dois minutos se passam antes que ele
se recomponha e entre no carro.
Fábio
inspira e expira duas vezes antes de começar a falar.
-
Você sabe que isso é pelo seu próprio bem. Não é saudável fazer exatamente tudo
o que é esperado que você faça.
Para
cortar o assunto pergunto:
-
Então, o que faremos antes da festa?
Essa
pergunta parece diverti-lo.
-
Esse é seu problema, você planeja tudo – ele liga o carro – você já almoçou? –
faço que não com a cabeça – ok, primeira parada: qualquer lugar que tenha um
hambúrguer delicioso a nossa espera.
Enquanto
Fábio acelera em direção ao centro da cidade, me permito sorrir. Como uma
pessoa tão extrovertida foi acabar sendo meu amigo eu não sei, mas fico feliz
que tenha acontecido.
-
Qual que eu escolho? O duplo, o com cheddar, o com bacon ou o triplo com bacon
e cheddar?
Estamos
de pé na frente do balcão, alguns passos atrás do fim da fila, encarando o
grande painel que tem acima dos funcionários da lanchonete. São tantas opções
que eu tenho vontade de escolher todos.
-
Acho... acho que vou com o tradicional – respondo – apesar de que o duplo com
cheddar parece bem delicioso.
Fábio
faz que sim com a cabeça.
-
Só que não tem alface e tomate, e ando na fissura por eles. Acho que vou com o
especial, que tem os dois e parece bem maior.
Minha
vez de fazer que sim com a cabeça.
-
Boa escolha. Acho que vou pedir esse também.
Decidido
os lanches, entramos na fila. Dez minutos depois estamos nos sentando em uma
das mesas.
Entre
uma mordida e outra, comento:
-
Você sabe que vou ficar no seu pé a festa inteira.
Fábio
termina de engolir o que estava mastigando antes de responder.
-
Vai nada. Assim que a gente chegar vou dar um sumiço em você.
Abaixo
o lanche, dramaticamente fazendo cara de ultraje.
-
Você realmente vai fazer isso comigo? Você vai ser a única pessoa que conheço
naquela festa.
Ele
levanta uma sobrancelha, um sorriso ameaçando estragar o tom de reprovação em
sua voz.
-
E vou continuar sendo se você não começar a interagir mais com os outros.
-
Só que começar a conversar com quem eu não conheço me deixa muito... – eu ia
falar desconfortável, mas mudei de
idéia – não rola, eu estrago tudo no final.
-
Isso é coisa que muda com a prática. Mas não vai mudar se você não sair de casa
de vez em quando.
Depois
disso entramos naquele silêncio-pós-frase-de-efeito. Terminamos o lanche em
silêncio, sem nenhum dos dois querendo quebrá-lo. Assim que terminei meu lanche, percebi que
teria que dar o braço a torcer.
-
Tá certo, vou tentar interagir mais hoje à noite. Mas por favor, não me
abandone.
Fábio
estava tão compenetrado saboreando o final de seu lanche que demorou alguns
minutos antes de responder.
-
Eu nunca faria isso. Acho.
-
E agora? – perguntei antes que o carro tivesse saído do estacionamento.
-
Jesus cara, relaxa! – ele exclamou sem tirar os olhos da rua – vamos deixar as
coisas um pouco... imprevisíveis.
Ele
deu uma olhadela na minha direção, divertido.
Fábio
foi tomando caminhos conhecidos pelo centro, e eu percebi para onde estávamos
indo.
-
Se a gente ia ao shopping, podíamos ter almoçado lá direto.
-
Eu sei, mas não teria graça fazer tudo no shopping.
-
E o que exatamente vamos fazer lá?
Ele
demorou algumas dezenas de metros antes de responder:
-
Você vai precisar de uma camiseta nova pra hoje a noite.
-
Eh... não. Não preciso não – protestei – essa daqui está em perfeito estado.
-
Claro, com esse furo no ombro. Sem discussão. Você nem vai precisar pagar. Vai ser presente. Assim não fico te devendo
mais presentes de aniversário.
-
Você pode me emprestar uma das suas – sugeri, mesmo sabendo que nunca ia
acontecer.
-
Nunca vai acontecer. Não quero seu cheiro nas minhas roupas.
-
O que tem de errado com o meu cheiro?
-
Apenas aceite, cara. É um presente.
Eu
ia continuar a reclamar, mas achei melhor me calar. Afinal, não é todo dia que
se ganha uma camiseta do seu melhor amigo gratuitamente.
Finalmente
chegamos ao shopping. Lá dentro ele me arrastou para todas as lojas de roupas,
a procura de uma camiseta que ele achasse de acordo. Obviamente ele não me deu
opção de escolha. Aparentemente a missão de escolher uma camiseta para mim era
realmente importante, pois ele nem cansou. Mesmo depois de vários “não”
seguidos um do outro.
Até
que, para meu alívio ele exclamou:
-
Nossa, que gatão. É essa.
Olhei
para baixo. Era uma camiseta azul escura com a estampa de paisagem de uma
cidade qualquer.
-
Sério? Você me fez vestir umas quinhentas camisetas por essa? – perguntei,
talvez um pouco irritado demais.
Minha
irritação não pareceu surtir efeito nele.
-
Nas outras você não tava legal. Nessa você está.
Dou
uma bufada e entro no provador para por a minha camiseta. No caixa, retomo a
conversa.
-
Você tem certeza que precisa disso? Essa festa nem vai ser tão especial.
Dessa
vez ele me olhou de um jeito diferente, como se soubesse de algo importante e
eu não.
-
Veremos cara, veremos.
Dentro
do carro, antes mesmo que eu pudesse perguntar, Fábio já me cortou:
-
Agora vamos pra minha casa dar um tempo antes da festa.
Só
que o caminho que ele tomou não foi o que eu conhecia. Nem mesmo podia ser
chamado de desvio. Definitivamente ele não estava indo para a casa dele.
-
Para onde estamos indo? Sua casa fica pro outro lado.
Se
é que era possível, ele estava achando a situação mais engraçada do que antes.
-
Talvez eu tenha esquecido de te contar, mas tem uma pessoa a mais que eu
convidei para a festa esta noite. Fiquei de ir buscar ela agora antes da festa
pra dar um tempo em casa. Espero que você não se importe.
A
verdade é que eu me importava sim, mas não ia confessar. E nem ia criar grande
causo disso. Afinal, esse é um dia pra eu fazer coisas fora do planejado. Não
como se, desde que eu entrei no carro, já tivesse planejado o dia.
-
E quem é essa pessoa? – pergunto, tentando parecer que não me importava.
-
Você vai descobrir já, já.
E
pelos dez minutos seguintes Fábio fez um voto de silêncio que nem minhas mais
elaboradas súplicas conseguiram arrancar a identidade dessa pessoa misteriosa.
Vendo que eu não teria sucesso, desisti e passei a olhar pela janela.
Numa
rua completamente desconhecida, Fábio foi desacelerando o carro até parar na
frente de uma casa meio velha, pedindo por uma reforma. Ele desligou o carro e
puxou o celular do bolso, digitando uma mensagem. Assim que a enviou, deu uma
buzinada.
Menos
de um minuto depois a moradora da casa abriu a porta e, num movimento único,
deu a volta em si mesma e fechou a porta. Foi meio desengonçado, mas teve certa
graça.
-
Por isso que eu gosto dela. Ela fica pronta na hora – Fábio me provocou
enquanto nossa companhia trancava a porta.
-
E quem é ela?
-
Você já vai descobrir.
Verificado
que estava tudo certo com a porta, a garota se virou em direção ao carro,
percebi quem era ela e devo ter corado na hora (e provavelmente afundado no
banco do carona).
-
Você chamou a Lívia? – sussurrei sem
motivo, já que ela não conseguiria me ouvir de qualquer jeito.
-
Convidei – ele sussurrou de volta, e então saiu do carro batendo a porta atrás
de si.
Os
dois se cumprimentaram e trocaram algumas piadas, rindo bastante. Esse dia
estava se tornando um pesadelo. Não bastava me tirar de casa, agora Fábio ia
bancar o cupido.
Minha
garganta começou a secar no momento em que Lívia se aproximou da porta de trás
do lado do motorista. Ela entrou enchendo o carro com sua presença.
-
Oi Thiago – ela me cumprimentou sorrindo como se o fato de estarmos no mesmo
carro fosse algo extraordinário.
Sem
chance de fugir dessa, pensei.
-
Oi Lívia – me virei para olhar para ela. Entendendo esse movimento de forma
errada, ela se inclinou para frente, para trocar um beijo. Meio surpreso por
isso e completamente sem jeito, me inclinei rapidamente pra frente.
E foi assim que acabamos por trocar um beijo/batida
de bochecha. Legal, agora ela deve achar que eu não sei medir minha força.
Me
inclinando de volta ao banco percebi o olhar de Fábio, que tinha entrado
durante esse lamentável episódio. Ele estava rindo discretamente.
-
Pra onde vamos agora? – Lívia perguntou, se inclinando para frente segurando no
banco do motorista.
Ele
me olhou de novo, e eu entendi na hora o por que.
-
Vamos pra minha casa.
Fábio
dirigiu sem pressa nenhuma, fazendo aquela viagem durar o máximo de tempo
possível. Poderia ser por que ainda era muito cedo. Ou por que ele queria
prolongar mais aquele momento. Eu não sabia dizer qual dessas opções.
Fiquei
na maior parte do tempo fora da conversa, o que foi uma decisão sábia. Minha
paixonite pela Lívia parecia queimar meus neurônios responsáveis pela fala toda
vez que eu estava perto dela. Já demonstrei que não sei controlar minha força,
não precisava dar um show com a incapacidade de falar.
Finalmente
chegamos à casa do Fábio. E, depois de bancar o anfitrião, nos jogamos no sofá
para jogar um pouco de videogame.
O
plano de Fábio parecia estar funcionando bem, por que depois de algumas rodadas
eu e Lívia já estávamos interagindo sem o intermédio dele. E meu nervosismo
estava diminuindo. Eu até reclamei quando Fábio me tirou do jogo até o quarto
dele.
-
O que foi agora? – perguntei assim que ele fechou a porta. Ele estava com um olhar
muito sério quando foi em direção do armário e de lá tirou a sacola com minha
camiseta nova e uma toalha de banho enrolada.
-
Vai tomar banho – ele jogou a toalha em mim – Pode usar meu desodorante.
-
Por que isso? – perguntei, mas ele já tinha saído do quarto.
Tomei
banho o mais rápido possível. Me vesti, pondo a camiseta que ele comprou pra
mim e me juntei aos dois na sala. Ambos pararam a conversa baixa quando eu
entrei.
Lívia
deu uma boa olhada em mim antes de exclamar:
-
U-a-u – ela pontuou cada vogal com uma entonação diferente – ele fica bem mesmo
com essa camiseta.
-
Eu falei – Fábio se levantou – agora minha vez de tomar banho. Até mais – e nos
deixou sozinhos na própria sala. Cretino.
Me
sentei no sofá. O silêncio prevaleceu por alguns instantes. Por algum motivo
Lívia não recomeçara a jogar.
-
Ansioso para a festa hoje à noite? – ela perguntou casualmente.
Ótimo,
acabei de tomar banho e me encher de desodorante e já to suando.
-
Mais ou menos – respondi com sinceridade.
-
É, o Fábio comentou que tava preocupado com a aula hoje a noite.
Percebi
que era a hora de não ser totalmente sincero.
-
Na verdade, to mais preocupado com as faltas, sabe? Tipo, prefiro acumular
presença para poder faltar quando necessário.
Assim
que terminei de falar percebi como aquilo deve ter soado. Mais um ponto para
você, nerdão.
-
Eu acho que hoje é um dia necessário.
Quanto tempo faz que você não falta?
Eu
não precisava pensar muito naquela pergunta, mas demorei um pouco para
responder, como se estivesse tentando lembrar.
-
Uns... – não consegui evitar dar uma risada sem graça – uns três meses.
Ela
pareceu impressionada, mas não surpresa.
-
Bom, eu acho que estava mais do que na hora de você relaxar um pouco. Essa
noite de folga vai fazer bem para você.
-
Eu... – não fui capaz de concluir a frase, por que Fábio tinha entrado na sala.
Estava parecendo um daqueles playboyzinhos da parte rica da cidade. E nem era
tanto pela roupa, mas pela atitude.
-
Lívia, você vai precisar se arrumar?
-
Não, já estou magnífica – e estava mesmo.
-
Então bora pra festa?
A
expectativa para aquela festa foi tanta que a decepção foi proporcional.
A
música rolava alta, um bando de adolescentes se alcoolizava na frente do DJ
dançando alucinadamente no ritmo da batida. O único problema é que era preciso
estar bêbado para não ligar para certas características do lugar.
Eu
ia comentar sobre isso com Fábio, mas ele já tinha sumido pela multidão.
Percebi
pelo olhar de Lívia que ela estava tão decepcionada quanto eu pela festa. Percebi
que esse era o plano desde sempre: arrastar nós dois e sumir, e deixar que tudo
se acerte. Como eu já estava fora da minha rotina, decidi tomar uma atitude.
-
VAI PARA O GRAMADO LÁ FORA QUE EU JÁ TE ENCONTRO – gritei por cima do barulho
da música. Ela fez que sim com a cabeça e foi para fora.
Fui
em direção do cara com as bebidas e comprei duas cocas. O DJ trocou o set list
para músicas pop que, mesmo não sendo feitas para esse tipo de situação, ainda
levava o pessoal a loucura. A música que começou a tocar era de uma banda que
estava no auge no momento.
Encontrei
Lívia lá fora, sentada no chão encarando o céu limpo. Ofereci uma das cocas
para ela, que a pegou sem nem desviar os olhos.
-
Quanto mais você olha, mas estrelas aparecem.
Sentei
ao seu lado. Olhei para o céu por um tempo antes de responder.
-
Verdade. E dá uma ótima metáfora para o ser humano.
Ficamos
em silêncio, olhando para as estrelas que timidamente surgiam. Enquanto olhava
para cima, prestei atenção na letra da música. No refrão o cantor perguntava de
forma bem sofrida se a pessoa amada não entendia que ele nunca ia mudar quem
ele era. Eu estava começando a me identificar com a letra quando o verso “o
caminho nunca pareceu tão solitário” ecoou por todo o terreno.
Sim,
isso era verdade. Essa minha mania ia acabar por me deixar bastante solitário.
-
Não fique muito bravo com Fábio – Lívia cortou meus pensamentos. Desviei o
olhar do céu para ela. Ela estava tão linda que meu coração doía.
-
Eu não estou bravo com ele – o que era meia verdade.
-
Mas está irritado. Ele só fez isso tudo por você. Não é bom ser tão apegado
assim a rotinas.
-
Como...?
-
Thiago – ela me cortou docemente – qualquer um que presta atenção em você por
dez minutos percebe que você precisa ter o controle da situação. Fábio
percebeu. – ela esperou alguns instantes antes de concluir – e eu também.
Olhei
diretamente para ela. E finalmente percebi o que os dois estavam tentando me
dizer o dia inteiro. Se eu tivesse continuado na minha rotina, nada daquilo
estaria acontecendo, aquela conversa
não estaria acontecendo.
Engoli
em seco.
-
Não achei que alguém como Lívia iria me notar na multidão.
-
Thiagos como você são dignos de serem notados.
E
veio a certeza do que eu tinha que fazer em seguida, tão certo como os meus dias
eram para mim. Me inclinei para frente e a beijei.
Depois
desse beijo percebi que nunca mais queria voltar para a minha rotina.
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